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Bandeirantes demite 200 trabalhadores

Bandeirantes demite 200 trabalhadores

Com a interrupção das novelas, a empresa dispensou 200, dos 298, trabalhadores contratados para o setor, e o restante ainda sofre ameaça de demissão até o próximo dia 10. A emissora desistiu de realizar versão de uma novela colombiana e afirma que voltará à teledramaturgia em março de 2009.

De acordo com o RH da empresa, os trabalhadores possuíam contrato temporário. No entanto, os contratos teriam sido interrompidos antes do término, que seria no dia 31 de dezembro.

A Fitert repudia a atitude da empresa, ao eliminar sumariamente 200 postos de trabalho e exige esclarecimento sobre os contratos fixados com os trabalhadores. A readequação da programação é responsabilidade da empresa e os funcionários não podem ser penalizados por isso.

Enquanto isso, a empresa cresce.

De acordo com a Folha de S. Paulo, a emissora vai fechar o ano de 2008 com crescimento de 32%, ultrapassando os 6% da Globo, os 8% do SBT, e os 30% da Record. Ainda assim, a Band fala em corte orçamentário de 15%. Quem vai pagar a conta?

Os trabalhadores já sofrem com as irregularidades praticadas. Não recebem hora extra e feriados trabalhados devidamente; são forçados a ter um banco de horas ilegal; não recebem por acúmulo de funções; são obrigados a tirar uma hora de almoço, o que camufla uma jornada de trabalho maior. No setor de maquiagem, os funcionários chegam a trabalhar nove horas em um dia.

Além disso, a empresa ainda pratica formas ilegais de contratação. Existem vários jornalistas exercendo funções de radialistas, sem o devido registro profissional; a contratação via Pessoa Jurídica (PJ) também é generalizada e possibilita que a empresa faça um fundo de caixa, ao deixar de pagar os encargos trabalhistas; e os estagiários não possuem acompanhamento, e muitas vezes exercem funções de profissionais.

O que está por trás dos inúmeros problemas trabalhistas, se a empresa é a que mais cresce no setor? A Band estaria atrás do filão das transmissões de futebol, e, para isso, está disposta a pagar entre R$30 e R$50 milhões para a Rede Globo. Com isso, espera receber um valor líquido de R$50 milhões de cotas de patrocínio.

Novamente quem paga a conta são os trabalhadores. Além de não receberem sua justa parcela dos altos faturamentos da empresa, são prejudicados pelas alterações na programação, com descumprimento de seus direitos e ameaça de seus postos de trabalho.